A pandemia do coronavírus trouxe muitas incertezas. Em meio ao medo de pegar o vírus ou transmiti-lo a algum ente querido, a grande preocupação das pessoas durante esse período foi em relação à economia brasileira.
Com as medidas de isolamento social impostas para mitigar o avanço da COVID-19, muitos negócios sofreram os impactos negativos e se viram obrigados a fechar suas portas. No entanto, como diria o ditado, a “necessidade faz o sapo pular” e, da mesma forma que muitos negócios fecharam, outros floresceram em meio à adversidade.
Isso gerou diversas oportunidades para os empreendedores no mercado de fomento mercantil, como destacou Luiz Lemos Leite, o presidente da Associação Brasileira de Fomento Mercantil, a Anfac. Segundo ele, em 2020, “o fomento comercial conseguiu manter suas atividades a pleno, concorrendo para a retomada das atividades produtivas do país”.
Contudo, com uma segunda onda de COVID-19 se espalhando pelo país e as expectativas quanto ao início da vacinação, muitas dúvidas giram na cabeça do empreendedor quanto ao ano de 2021. Para te ajudar a responder essas dúvidas, vamos analisar um pouco do cenário e o que esperar da recuperação econômica brasileira. Acompanhe!
O caminho tortuoso da economia brasileira em 2020
A reação do Brasil à pandemia foi crucial para mitigar seu impacto econômico, mas requer alguma correção em 2021. O país teve uma resposta agressiva aos impactos econômicos da pandemia se comparada com outros países emergentes. Essa resposta veio na forma de transferência de rendas e flexibilização fiscal.
A flexibilização monetária no Brasil foi talvez a mais forte no Mercosul quando se considera o nível atual da taxa de juros de 2%, em relação à média histórica de dez anos, de 10%. A persistente venda de câmbio tem sido o principal efeito colateral dessa flexibilização, que é, sem dúvida, uma preocupação menor no atual ambiente de inflação.
Muito mais significativo foi o estímulo fiscal decretado, com o auxílio emergencial, especialmente criado para ajudar a compensar a renda salarial perdida pelas famílias devido às restrições de movimento impostas pela COVID-19.
Em 2020, o que se notou foi uma grande deterioração fiscal. Essa deterioração foi causada, principalmente, pelo aumento dos gastos governamentais e pela queda na arrecadação tributária gerada pela recessão. Contudo, em 2021, espera-se que o governo reafirme seu compromisso com a sustentabilidade do quadro fiscal brasileiro.
Com o fim do auxílio emergencial, que aconteceu em dezembro, e os gastos para 2021 já definidos pela lei do “teto de gastos fiscais”, as expectativas são positivas e espera-se que o quadro fiscal continue firme. No entanto, para que isso aconteça, é preciso que o fim do auxílio seja seguido pela maior geração de empregos.
Além disso, há muitas incertezas quanto a valorização da moeda nacional. O desempenho inferior do real brasileiro desde meados de 2019 foi em grande parte impulsionado pela profunda redução da taxa de juros do país e, uma vez que não esperamos nenhum aumento das taxas em 2021, o real deve permanecer apoiado pela orientação da política monetária.
Contudo, o mercado espera que políticas de valorização do real sejam colocadas em práticas em 2021 e que a melhora das contas externas e a redução dos riscos fiscais também contribuam para que a moeda ganhe valor de mercado.
Veja mais >> Sistema para factoring: a solução definitiva para aumentar sua produtividade
Recuperação econômica em 2021: expectativas e análise
Do jeito que está, o atual quadro fiscal, centrado no “teto de gastos fiscais”, que congelou os gastos do governo em termos ajustados pela inflação, garantiria uma melhora gradual na trajetória econômica do Brasil. A expectativa é de que esse quadro fiscal permaneça inalterado em um futuro próximo, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
O mercado espera que a política fiscal brasileira nos próximos anos abra caminho para um período prolongado de política monetária expansionista. E esse estímulo monetário, em meio a perspectivas favoráveis para uma recuperação econômica alimentada pelo grande oferta de crédito, é o principal motivo para que os analistas estejam otimistas com as perspectivas de recuperação econômica do Brasil.
Os empréstimos bancários aumentaram, apesar da pandemia, e as perspectivas continuam favoráveis, especialmente nos setores de habitação e construção, que devem se beneficiar de taxas de juro mais baixas para empréstimos e financiamentos. Além disso, o Índice de Confiança Empresarial voltou a patamares de antes da pandemia, mostrando que a confiança do empreendedor na recuperação econômica está em alta.
No geral, espera-se que o governo e o Congresso permaneçam comprometidos com o atual quadro fiscal, sugerindo que as expectativas de inflação permanecem controladas. Isso porque, mesmo com o aumento da inflação nos últimos meses, em meio ao rápido aumento dos preços dos alimentos e interrupções na oferta global, o alto desemprego e a capacidade de produção ociosa sugerem que as pressões sobre os preços provavelmente serão temporárias.
Também espera-se que o Banco Central seja capaz de manter a taxa de juros inalterada em 2% ao longo de 2021. Além disso, espera-se que o PIB do Brasil tenha se contraído 4,3% em 2020 (os dados oficiais ainda não foram divulgados), e que o PIB cresça 3,9% em 2021. Dessa forma, a expectativa do mercado é de um 2021 melhor do que o esperado.
E você, o que espera da recuperação econômica brasileira em 2021? Comente abaixo e compartilhe sua visão conosco e com nossos demais leitores!