O open banking ou open finance, como também é chamado, promete trazer uma revolução para o mercado financeiro. Trata-se de um sistema que acompanha a transformação digital e o uso de novas tecnologias no Brasil e pretende mudar a forma como as pessoas lidam com suas relações financeiras.
Porém, para aderir a algo novo, principalmente quando se trata do compartilhamento de dados sensíveis das pessoas e empresas, é preciso tomar alguns cuidados.
Talvez você já tenha recebido alguma mensagem sobre essa modalidade que começou a ser implantada no Brasil, mas já está em operação em outros países da Europa e Ásia.
Se você quiser saber tudo sobre o open banking, leia esse artigo até o final e tire todas as suas dúvidas.
O que é open banking?
Open banking significa banco aberto, porém, por ser uma espécie de rede de dados entre instituições financeiras, a tradução pode ser um sistema financeiro aberto. Segundo a definição do Banco Central essa nova modalidade é definida como:
“A possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco”.
Em outras palavras, é um sistema que permite que o cliente pegue suas informações registradas em uma instituição participante do open banking e as leve para outra. Ou seja, é uma ferramenta de compartilhamento de dados onde instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central terão acesso às informações dos clientes.
Entretanto, isso não significa que os dados podem ser liberados sem aval do cliente. Afinal ainda é de responsabilidade das instituições financeiras a segurança da informação, ou seja, proteger a confidencialidade e o sigilo dos dados dos usuários de serviços
Como funciona?
Na prática, todo o histórico de um cliente com uma instituição financeira poderá ser compartilhado com outras, através de uma integração dos sistemas. Para essa integração, são usados APIs (Application Programming Interface), que em português, significa interface de programação de aplicativos.
A partir destas APIs, terceiros podem desenvolver aplicativos em torno dos bancos, e assim personalizar os consumidores. Desta forma, o relacionamento com outra instituição financeira não precisará ser construído do zero, já que é possível acessar os rendimentos e aplicações do usuário por meio da conexão com sua carteira.
Vantagens do open banking
Após entender um pouco mais sobre o open banking, saiba quais são as principais vantagens e desvantagens dessa nova modalidade.
Vantagens
Liberdade ao cliente
Com esse sistema de compartilhamento de dados, o cliente poderá ter a oportunidade de trocar de instituição financeira e de compartilhar seus dados sem burocracia.
Competitividade
O open banking irá quebrar as barreiras para o consumidor encontrar novos serviços e melhores tarifas.
Isso irá fazer com que as instituições passem a ofertar negócios mais customizados e criem soluções mais inovadoras para seus clientes.
Maior controle de dados e do histórico financeiro
No open banking, o cliente tem acesso a todo seu histórico, o que antes era de propriedade da instituição financeira.
O consumidor estará no centro do novo sistema, e sempre que desejar, poderá compartilhar suas informações financeiras com as instituições que escolher.
Redução de custos / Melhores tarifas
Como não há burocracia para migrar para outra instituição financeira, a tendência é que haja redução de tarifas para atração de novos clientes.
Para as instituições, o open banking também traz algumas vantagens interessantes como:
- Maiores possibilidades de atrair novos clientes;
- Inovação do sistema financeiro.
4 cuidados ao utilizar o open banking
Apesar de todas estas vantagens e desse avanço tecnológico incrível, a implantação do open banking também chega acompanhada por alguns riscos.
Portanto, é de suma importância que o consumidor fique atento e tome alguns cuidados ao aderir a essa nova modalidade.
1. Fique atento aos sites falsos com serviços muito atraentes
Sites falsos não são uma novidade, mas eles podem ser ainda mais perigosos com o open banking. Redução de taxas, descontos e recompensas podem ser usados como iscas para que o consumidor forneça seus dados pessoais.
É preciso ter cautela antes de atender a essas ofertas aparentemente vantajosas. Com o open banking, o número de pessoas de dentro do sistema bancário que tomarão conhecimento das suas aplicações e conta certamente irá aumentar.
2. Tome muito cuidado com seus dados pessoais
Por meio destes sites falsos, o roubo de dados pode ocorrer. Pessoas mal intencionadas podem realizar operações e aproveitar da agilidade do open banking para eliminar rastros.
3.Aumento do assédio na oferta de produtos e serviços
Os consumidores podem se tornar alvos das instituições nas ofertas de produtos e serviços, portanto, esteja preparado ao compartilhar os seus dados.
4. Lembre-se sempre: você é o dono dos seus dados
Algo importante dentro do open banking é que o cliente pode escolher quais dados quer compartilhar. Por isso, pense no seu objetivo e tenha atenção e cautela na hora de dar o consentimento.
Hoje em dia, o uso da análise de dados como estratégia de análise de negócios e tomada de decisões já é uma realidade. Imagine com a abertura que será oferecida pelo open banking.
Para concluir, todo cuidado é pouco e é preciso ficar extremamente atento ao consentimento que será dado para o compartilhamento. Fazer isso de forma consciente é de suma importância para evitar problemas futuros.
Onde reclamar se tiver problemas com o open banking
Em caso de uso indevido dos seus dados, a primeira providência é procurar a instituição financeira. Além disso, é possível abrir uma reclamação pelo site do Banco Central.
Vale lembrar também que é possível recorrer ao Procon e ao Poder Judiciário para pedir a reparação de eventuais danos que podem ter sido causados com um compartilhamento indevido dos seus dados.