Entenda o impacto da reforma tributária nas Factorings, ESCs e Securitizadoras

A reforma tributária, atualmente em discussão no Brasil, visa simplificar o sistema tributário por meio da unificação de impostos sobre o consumo. A proposta é estruturada para reduzir a complexidade, mas traz implicações relevantes para empresas do setor de fomento comercial, como factorings, securitizadoras e Empresas Simples de Crédito (ESCs).

Para essas instituições, que operam com cessão de crédito e serviços financeiros, compreender as mudanças é essencial. A nova legislação exigirá adaptação fiscal, revisão de modelos de negócio e investimentos em sistemas de gestão capazes de garantir conformidade e eficiência durante o período de transição.

O que muda com a reforma tributária nas operações financeiras?

A reforma tributária brasileira em andamento propõe a substituição de tributos como PIS, Cofins, ISS e ICMS por dois novos impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal.

Esses tributos compõem o chamado modelo de IVA dual, adotado em vários países como forma de unificar e simplificar a cobrança de impostos sobre o consumo.

No setor financeiro, a mudança mais sensível é a possibilidade de incidência do novo imposto sobre o valor total da operação, incluindo receitas financeiras, que hoje são em muitos casos isentas ou possuem regimes diferenciados.

Essa alteração tende a gerar aumento da carga tributária para empresas que operam com serviços, especialmente aquelas com margens apertadas, como as que atuam com cessão de crédito.

Além disso, a extinção do modelo cumulativo – ainda que com direito a crédito tributário – trará um novo desafio: será necessário adaptar os sistemas contábeis e revisar completamente o planejamento tributário.

Muitas empresas terão de rever a estrutura de formação de preços, identificar novos pontos de compensação fiscal e atualizar rotinas de apuração e escrituração.

Outro impacto direto está na necessidade de mais transparência e rastreabilidade nas transações financeiras. Empresas que não investirem em sistemas de gestão especializados e controles fiscais atualizados poderão enfrentar dificuldades com fiscalização, crédito tributário e conformidade legal.

Impactos específicos para Factorings

A reforma tributária traz mudanças que têm potencial para alterar profundamente o funcionamento das factorings. Hoje, essas empresas operam com a compra de recebíveis por meio da cessão de créditos, aplicando um deságio que contempla custos e margem de lucro.

Com a proposta de tributação incidente sobre o valor total da operação – incluindo o valor nominal das duplicatas -, a carga fiscal pode aumentar de forma significativa.

Isso gera duas principais consequências. Primeiro, as factorings podem enfrentar aumento direto dos impostos sobre a compra de títulos, reduzindo o lucro ou exigindo repasse de parte desse custo ao cedente ou sacado.

Segundo, há risco de bitributação. Se o tributo incidir simultaneamente sobre o valor nominal cedido e sobre a remuneração da factoring, o impacto financeiro será duplo.

Muitas vezes, esses custos não podem ser repassados instantaneamente ao fornecedor ou tomador do crédito. Para manter a sustentabilidade, será necessário reavaliar o deságio aplicado, reajustar preços e rever toda a estrutura de formação de contratos.

Nesse cenário, a adoção de um sistema de gestão especializado torna-se crucial. Ferramentas como o DIFACT automatizam a análise de risco, auxiliam na readequação do cálculo do deságio e garantem a conformidade fiscal das operações, protegendo a rentabilidade da factoring.

Em resumo, as factorings enfrentarão a necessidade urgente de revisar modelos de precificação, reorganizar suas operações e se preparar para um mercado tributado de forma mais intensa e complexa que hoje.

Efeitos para as Empresas Simples de Crédito (ESCs)

As ESCs, mesmo com operação mais enxuta, não ficam isentas de impacto. A nova estrutura de tributos poderá tornar o modelo simplificado do Simples Nacional menos vantajoso frente ao novo IVA.

Além disso, a exigência de maior controle e apuração tributária poderá gerar aumento de custos administrativos. Outro ponto crítico é que mesmo operando localmente e com capital próprio, as ESCs precisarão manter uma gestão contábil muito bem estruturada.

Soluções especializadas como o APPESC ganham importância, pois facilitam a apuração correta dos impostos e garantem conformidade com a nova legislação, sem comprometer a agilidade e o controle operacional da empresa.

Reflexos nas operações das Securitizadoras

A reforma tributária pode impor uma tributação mais pesada sobre a cessão de direitos creditórios, alterando diretamente o fluxo de receita das securitizadoras que estruturam operações por meio de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e SPVs (Special Purpose Vehicles).

Agora, a transferência desses ativos pode entrar na base do novo IVA, o que aumenta os custos fiscais e reduz a margem de rentabilidade das operações.

Além do impacto imediato nos resultados financeiros, esse cenário força uma revisão completa das estratégias jurídicas e operacionais. É necessário reavaliar contratos, formas de cobrança e a estrutura de repasses financeiros entre as partes envolvidas.

A cadeia que envolve cedentes, securitizadoras, gestores de fundo e investidores deve ser reestruturada para evitar cobranças indevidas e garantir transparência.

Um reflexo direto dessa mudança é o aumento significativo da burocracia fiscal. Para enfrentar o aumento da complexidade, a tecnologia é uma aliada indispensável. Softwares de gestão para securitizadoras, como o DISECURIT, são essenciais para gerenciar as novas exigências na cessão de direitos creditórios, assegurando a conformidade e a eficiência na estruturação das operações.

Também será necessário ampliar o apoio jurídico, com análises contratuais que integrem cláusulas específicas para mitigar riscos tributários.  Nesse contexto, a digitalização dos processos com ferramentas de assinatura eletrônica, como o NPAPER, torna a formalização de novos aditivos e contratos mais ágil e segura, reduzindo a morosidade associada ao aumento da burocracia.

Outro ponto relevante é a reavaliação da rentabilidade das operações: investidores e cedentes terão maior atenção à carga tributária embutida, o que pode influenciar a expectativa de retorno e a viabilidade das operações.

Em resumo, as securitizadoras enfrentarão um cenário de custos mais altos e exigências regulatórias mais rígidas. No entanto, com a adoção de soluções tecnológicas especializadas e uma gestão contábil e jurídica bem estruturada, será possível mitigar impactos, garantir conformidade e preservar a competitividade no novo ambiente tributário.

Conclusão

A reforma tributária representa uma transformação profunda na estrutura fiscal brasileira, com impactos diretos no setor de fomento. Para factorings, ESCs e securitizadoras, o momento exige atenção estratégica, análise aprofundada das mudanças e modernização de processos.

A antecipação e o planejamento serão essenciais para garantir conformidade, manter a competitividade e explorar as oportunidades de um cenário tributário renovado.

Quer entender melhor como preparar sua operação para essas mudanças? Baixe o Guia completo para evitar falhas ao abrir uma empresa de ESC, FACTORING ou SECURITIZADORA.

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